Construir uma ferrovia em meio a floresta amazônica não foi tarefa fácil.
Os custos eram elevadíssimos, necessitando de recursos ingleses e norte-americanos, além de investimentos dos governos do Brasil e da Bolívia.
Durante a jornada, iniciada por volta de 1846 e inaugurada somente em 1912, milhares de operários sucumbiram, principalmente por conta da malária. A doença repelia trabalhadores e capitais necessários para a conclusão das obras cuja extensão superava os 360 KM.
Para dar um jeito nisso, um dos responsáveis pela obra, o empresário americano Percival Farquhar, contratou o médico sanitarista Oswaldo Cruz.
Cruz havia trabalhado no saneamento da então capital federal, o Rio de Janeiro, e agora recebia a missão de cuidar das condições higiênico-sanitárias do canteiro de obras no norte do país.
Dentre as medidas adotadas pelo médico estava a obrigatoriedade dos operários de tomarem o quinino (medicamento contra a malária) e a de utilizarem mosquiteiros durante o dia e à noite, nas redes de dormir, para evitarem picadas de mosquito.
As medidas eram obrigatórias e se não fossem cumpridas, o operário ficava sem pagamento!
Somente depois da ação higienista dos médicos, a despeito de seu caráter compulsório, houve queda da mortandade e os trabalhos da ferrovia puderam ser levados adiante.
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A construção da ferrovia numa região com mata densa exigiu a derrubada de árvores centenárias, imponentes e exuberantes. Esse fato foi captado pela câmera do fotógrafo norte-americano Dana Merrill, em 1909 ou 1910. Confira o tamanho gigantesco do tronco da castanheira que foi retirada de seu lugar para dar passagem à linha de ferro:
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Por último, deixamos a tirinha do Papa-Capim para refletirmos sobre a ação do "homem branco" e sua noção de progresso.
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