2.10.13

GREVE NA EDUCAÇÃO DO RJ

As redes municipal e estadual de Educação pública do Estado do Rio de Janeiro estão em greve desde o dia 08 de agosto.

Os aguerridos professores lutam melhorias na área educacional e por salários dignos, um plano de carreira justo que valorize a dedicação dos professores, mas também reivindicam mais investimentos públicos na estrutura das escolas e o fim da meritocracia e das tentativas dos Governos de transformar as escolas em "fábricas" ou empresas de resultados.
Cada escola é singular, avaliações externas devem servir apenas como diagnóstico e não para punir ou premiar professores e alunos. A qualidade da Educação não se mede apenas com o número de acertos que alunos obtém em testes padronizados de Língua Portuguesa e de Matemática. Inúmeros intelectuais, professores universitários e acadêmicos questionam as políticas de avaliações educacionais de larga escala e o modelo de meritocracia que os governos do Brasil, copiando dos E.U.A e do Chile, tentam implantar na educação do país.

A luta dos professores vai muito além dos necessários reajustes salariais, passa por questões políticas, administrativas e pedagógicas da Educação no Estado do Rio de Janeiro.

A greve ganhou as ruas da Capital, numa tentativa da categoria de dialogar com o povo e mostrar-lhes a realidade da Educação pública e as dificuldades que os educadores, adoecidos e empobrecidos, enfrentam no seu cotidiano. 
Por que levar isso para as ruas? Porque a Educação não é um problema só dos professores, dos políticos e dos gestores educacionais, ela é um problema que diz respeito a todos os cidadãos, pois se a Educação está mal a sociedade vai mal. A primeira influencia diretamente a formação da última.

Os governos estadual e municipal do Rio de Janeiro já se mostraram pouco abertos ao diálogo com o povo, talvez porque não estejam acostumados a viver em uma democracia, de fato.
Em um regime que se diz democrático é de suma importância o respeito pelas opiniões diferentes e mais importante ainda é o governante saber ouvir o clamor do povo. A obrigação do governo é trabalhar para a felicidade dos governados, tentar solucionar os problemas e atender às reivindicações da maioria.
Mas o governo Cabral e Paes não escutam, não dialogam e por isso estão sendo duramente atacados pelo povo do Rio de Janeiro, não só pelos professores.
Como os governos não dialogam e não escutam as justas reivindicações dos servidores da Educação do estado, há o confronto. Os governos têm recorrido à truculência e preterido o diálogo.
Usam a polícia para silenciar os professores. Gás de pimentas, cassetetes, balas de borracha e granadas de efeito moral... essa é a resposta que os professores da Educação Básica do Povo do Rio de Janeiro recebem de seus ilustres e dignos governantes para suas justas reivindicações....
Confronto entre manifestantes e policiais no dia 01/10/2013

A ação truculenta da Polícia Militar do Rio de Janeiro contra os professores em greve e os cidadãos conscientes que apoiam a luta dos profissionais da educação ganhou todas as mídias nacionais - sites de notícias e redes de televisão. Entretanto, pelo que tenho percebido quanto mais forte é a repressão da PM, maior é a garra, a determinação e a coragem dos professores que estão em greve de continuar na luta. Uma coragem assim é de encher os olhos, o que me causa um misto de sentimentos. Ao mesmo tempo que sinto orgulho de ser um professor, educador, formador de opinião e de cidadãos, eu também sinto vergonha devido à falta de solidariedade e de consciência da categoria como um todo, pois muitos professores escolhem permanecer alheio a tudo o que está acontecendo, preferem se esconder em sua rotina à lutar. 

Mas o que importa agora é apoiar os bravos, aqueles que estão em luta, que abdicaram de suas vidas, superando o egoísmo, para batalhar por melhorias coletivas que poderão repercutir, positivamente, em toda a sociedade.

Quero dedicar nossas orações, nosso apoio e admiração para os corajosos professores que não tem medo da luta e, que mesmo estando em greve, dão aula de cidadania e dignidade para muita gente! 

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