O que é a História?
Os estudantes se perguntam o tempo todo sobre isso e sobre o porque estudar História. O conceito implica diversas definições e a resposta para a questão é complexa, variando ao longo do tempo e das diversas tendências historiográficas. Não existe uma resposta simples e fechada para essa pergunta, todos os historiadores podem contribuir para a construção dessa resposta. Vejamos algumas dessas contribuições:
Para o historiador brasileiro Ciro Flamarion Cardoso (1942-2013) a História possui cientificidade.
Ao tratar de estruturas globais, como a economia, a sociedade e a cultura, áreas que estão sujeitas à regularidades que podem ser explicadas com métodos e conceitos a História lança mão de ferramentas que a tornam uma ciência.
Já o historiador e filósofo norte-americano Hayden White (1928-2018), a História teria algo semelhante à Literatura, sendo incapaz de representar o real.
Para ele, a disciplina valoriza a escrita e a narrativa, aproximando-se, assim, de um gênero literário.
E. H. Carr (1892-1982), historiador britânico, não oferece uma definição em absoluto sobre o que seja a História. Segundo ele, há variáveis, como a sociedade e o tempo, que influenciam a definição do que é História. Carr busca diferenciar fato e fato histórico.
Segundo o estudioso britânico, o que separa um acontecimento comum de um fato histórico é a importância que o historiador atribui sobre um acontecimento: o fato histórico. O fato não fala por si, tudo depende da visão e da interpretação do historiador sobre o mesmo.
Outra definição interessante é do historiador francês, Paul Veyne (1930-), para ele a História não é uma ciência, mas também não é uma ficção.
Veyne argumenta que a História é narrativa, porém com personagens reais. Apesar de se basear em fatos e documentos, a História não consegue alcançar o real, uma vez que tanto os fatos quanto os documentos são parciais. A História é subjetiva, pois ela depende das escolhas de cada historiador.
Marc Bloch (1886-1944), historiador francês, define a história como a ciência do homem no tempo. Ele valoriza a interdisciplinaridade, isto é, a aproximação da história com outras ciências, como economia, sociologia etc, e defende o caráter científico da História.
Cabe ao historiador buscar a verdade e julgar os fatos.
Marc Bloch (1886-1944), historiador francês, define a história como a ciência do homem no tempo. Ele valoriza a interdisciplinaridade, isto é, a aproximação da história com outras ciências, como economia, sociologia etc, e defende o caráter científico da História.
Cabe ao historiador buscar a verdade e julgar os fatos.
Eric Hobsbawm (1917-2012), historiador marxista britânico, foi um dos pensadores mais influentes de seu tempo. Para a ele, a História possui uma função política política. Segundo essa visão, o passado pode ser utilizado para legitimar ações no presente, como os conflitos étnicos e nacionalistas.
Nesse sentido, cabe ao historiador apontar e criticar o uso indevido da História, sendo necessário perceber a diferença entre fato e ficção.
Fonte Histórica
"... tudo aquilo produzido pela humanidade no tempo e no espaço; a herança material e imaterial deixada pelos antepassados que serve de base para a construção do conhecimento histórico" (SILVA, 2005, p. 158).
As fontes ou documentos históricos são essenciais ao trabalho do Historiador, elas permitem a ele investigar e reconstituir o passado, buscando compreender como os grupos sociais viviam e se relacionavam uns com os outros.
Herança ou Patrimônio imaterial
Segundo a UNESCO: "O Patrimônio Cultural Imaterial ou Intangível compreende as expressões de vida e tradições que comunidades, grupos e indivíduos em todas as partes do mundo recebem de seus ancestrais e passam seus conhecimentos a seus descendentes". Para o IPHAN, os "bens culturais de natureza imaterial dizem respeito àquelas práticas e domínios da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; e nos lugares (como mercados, feiras e santuários que abrigam práticas culturais coletivas)".
A roda de Capoeira, por exemplo, foi inscrita em 2014 na Lista Representativa do Patrimônio Imaterial da Humanidade.
A capoeira é arte e luta, ao mesmo tempo, os capoeiristas cantam, batem palmas e tocam instrumentos de percussão.
As práticas, celebrações e a transmissão dos saberes tradicionais fazem parte da identidade e da História das pessoas e dos locais onde vivem, por isso são preservados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, entre elas estão:
- Modo artesanal de fazer Queijo de Minas nas regiões do Serro, da Serra da Canastra e do Salitre em Minas Gerais. As origens da técnica de feitura do queijo vieram de Portugal, mas em Minas Gerais adquiriram características próprias, segundo a realidade local.
- Saberes e práticas associados aos modos de fazer bonecas Karajá, povo indígena que habita em parte da região centro-oeste e norte do Brasil. O ensinamento da confecção de bonecas tem sido passado de geração para geração pelos Karajá, e sua prática está relacionada aos costumes e à cultura das mulheres indígenas dessa etnia.
Veja mais exemplos de bens imateriais registrados no IPHAN clicando aqui.
Documentos ou fontes históricas materiais
São os vestígios e registros do passado, como fontes escritas, fontes iconográficas e fontes materiais. Vejamos.
ESCRITAS: Livros, jornais, certidões, testamentos, cartas etc.
Documentos ou fontes históricas materiais
São os vestígios e registros do passado, como fontes escritas, fontes iconográficas e fontes materiais. Vejamos.
ESCRITAS: Livros, jornais, certidões, testamentos, cartas etc.
ICONOGRÁFICAS: Pinturas, desenhos, fotografias etc.
MATERIAIS: vestígios de construções, instrumentos, fósseis dentre outros.
Há também as fontes orais, que visam resgatar a memória de pessoas que vivenciaram fatos históricos. Tais fontes são importantes para auxiliar o historiador na reconstituição, na interpretação, preservação e registro dos acontecimentos mais recentes da História. Elas são obtidas por meio de entrevistas e tomada de depoimentos junto às agentes da História, isto é, aos indivíduos que fizeram parte do fato estudado.
Bibliografia básica
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005.
Avaliação
1. ENEM, 2022.
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