5.6.12

Você acredita em vampiros?


Eles tem presas afiadas, seus caninos são longos e sedentos por sangue, fazem o maior sucesso nos cinemas, nos gibis e nos games.
Quem são eles? Os famosos vampiros!

A lenda dos vampiros é antiga, remonta à Europa Medieval, e tem se perpetuado no imaginário coletivo.
Eles eram seres imortais, só saiam à noite, atacavam as pessoas em busca do sangue e só eram parados caso fossem golpeados por uma estaca de madeira ou de prata, bem no peito.

Pois bem, hoje, ao visualizar um site notícias, li uma manchete bastante sensacionalista que diz: "Arqueólogos acham esqueletos de supostos vampiros com estacas".

Esqueleto de homem medieval com estaca de ferro de ferro cravada na região do peito.

A notícia dava conta de que na Bulgária, país do leste europeu, arqueólogos encontraram um esqueleto da Idade Média (476 a 1453) com uma estaca de ferro, que perfurou o seu peito.

Provavelmente, pela crença medieval do local, aquele cadáver recebeu tal castigo pois acreditavam que ele poderia se transformar em um vampiro, ser que sobrevivia do sangue humano e atormentava as pessoas que viviam nas vilas e campos medievais.
A estaca de ferro cravado no peito impediria que o morto deixasse o túmulo e retornasse à vida.

E então, será que acharam a prova de que os vampiros realmente existem?
 
Cabe lembrar que durante a Idade Média que surgiu o Tribunal do Santo Ofício - a Inquisição - da Igreja Católica, cujo objetivo era "averiguar pecados graves, crimes contra os hábitos e costumes, atitudes que contrariassem, atacassem ou ofendessem as normativas do catolicismo." (João Luís de Almeida Machado. In: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=541)

Os inquisidores investigavam pessoas suspeitas de adorarem o demônio, de praticarem rituais mágicos e bruxaria. Muitos acusados poderiam ser torturados e até sofrerem a pena máxima - a purificação pelo fogo.

Inquisidores torturando um acusado de praticar atos anticatólicos



Se o acusado fosse culpado e seu "delito" considerado grave ela poderia ir para a fogueira.

 

A Inquisição, cujos trabalhos foram iniciados por volta do século XIII e permaneceu ativa até o século XIX, perseguia as pessoas diferentes que na Idade Média - época de ouro da Igreja Católica - professassem qualquer crença que contrariava a ideologia dominante do clero católico. Esses indivíduos eram considerados hereges e mereciam ser castigados até confessarem o erro e se arrependerem de ter pecado.

Os tais vampiros encontrados na Bulgária podem ter sido vítimas dos católicos extremistas da época Medieval ou de crenças pagãs da região, segundo as quais os indivíduos que foram ruins na vida podiam se transformar em vampiros após a morte e atacar os vivos. Por isso seus cadáveres eram esfaqueados com metal para evitar que retornassem à vida. Isso acontece com as pessoas diferentes que não levavam uma vida de acordo com os preceitos católicos ou as imposições sociais de sua épica. Sendo assim, elas eram consideradas demoníacas, tratadas com preconceito, isolamento social, recebiam rótulos, sofriam  torturas e podiam  até ser condenadas à morte.

Portanto, não precisa ficar com medo do Post e nem precisa colocar alho na porta do seu quarto para afastar os vampiros (rsrsrs), eles não existem. Provavelmente, os esqueletos encontrados lá na Bulgária com estacas no peito foram vítimas do extremismo religioso e da intolerância às diferenças de credo e de pensamento.


O fato é que a época da intolerância passou, hoje temos leis que garantem a liberdade de culto, isto é, todos nós somos livres para ter uma crença, seja ela qual for. A lei também nos garante a proteção e a segurança do nosso local de culto.

Dá uma conferida no que diz a Constituição brasileira de 1988:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Viu só? A lei garante nossos direitos, mas nem por isso podemos deixar de ser vigilantes. Somos cidadãos e devemos sempre lutar pela tolerância, pelo respeito ao próximo e às diferenças de qualquer espécie, cultural, social, físicas e etc.

Nada justifica conflitos, guerras e perseguições, se não houver respeito e tolerância entre as pessoas não teremos harmonia e nem a sonhada paz social.

Fique ligado!

História é Cidadania!




Texto publicado no jornal Tribuna do Povo - nº 624, 17 jun. 2012

3 comentários:

  1. Jéssica Carminate07 junho, 2012 10:58

    ha-há... vc apenas enganou me com essa história, não é??!...
    eu já sabia de tudo. acho que o mesmo lugar que vc viu a notícia eu também vi.
    vampiros não existem! isso é apenas uma lenda... essas histórias de vampiros da Bulgária, é o folclore deles, como para nós o curupira, a iara etc.
    mas, eu achei interessante, dei meus votos. tchau, tchau...
    carminate.

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  2. Quase te convenci, né Jéssica?! Não precisa ficar mais com medo de vampiros.
    rsrs

    Um abraço.

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  3. Olá, vampiros existem sim, eu sou um. São apenas pessoas "comuns" que se adaptaram a uma outra forma de vida e de viver.
    Existem mtas mentiras e crendices criadas sobre nós, as pessoas falam mta bobagem daquilo que não compreendem. Ex. Sugar sangue é a maior idiotice que falam!! Mas tbm tem suas verdades na história, como viver mto além de um humano comum... Quer saber a verdade ? Me envie um email fico a disposição para mostrar a verdade fontedigital@outlook.com

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Obrigado pelo comentário.