16.7.13

Lembrete para as férias

"Meninos soltando pipa" Candido Portinari, 1941.
O recesso escolar de julho vai começar. A criançada já está animada para brincar, muitos já estão com os carretéis de linha preparados e as pipas ou papagaios prontos para voar...
De fato, a brincadeira de soltar pipas (ou empinar papagaios, se preferir) é bastante divertida, contudo requer alguns cuidados fundamentais para a segurança individual e do próximo.

Jamais, em hipótese alguma, utilize cerol na linha de sua pipa. Essa prática é ilegal e pode ser letal para a vida das pessoas. O cerol é uma mistura de vidro triturado e cola, que é aplicada nas linhas usadas para empinar as pipas. Com isso, o usuário de cerol espera cortar as linhas de outras pipas que estejam voando ao mesmo tempo.

Essa brincadeira é extremamente perigosa, podendo provocar cortes de membros do corpo e até a morte das vítimas do cerol.

Infelizmente, ainda é comum ouvir pelos corredores das escolas conversas de crianças e adolescentes sobre o uso do cerol e da "linha chilena", tipo de linha cuja característica é ter um poder de corte mais efetivo que o cerol.

Por isso, cabe o aviso, tome cuidado, tenha consciência. Com a vida não se brinca.

Quando for soltar pipa use linha pura, sem cerol. Divirta-se com responsabilidade, não importa qual seja sua idade. Solte pipa em locais abertos, distante das redes elétricas e postes de energia.

Se fizer isso, poderá brincar sem nenhuma preocupação.
Boa diversão!

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10.7.13

A Revolução Constitucionalista (1932)

Há 81 anos, o estado de São Paulo se rebelava contra o Governo Central, chefiado por Getúlio Vargas.

No dia 09 de julho de 1932 os paulistas iniciaram a Revolução Constitucionalista que lutava contra o autoritarismo do governo de Getúlio Vargas.

Os paulistas estavam insatisfeitos com a não convocação de eleições presidenciais por Getúlio Vargas, o qual assumira a presidência após aplicar um golpe de estado, evitando que o presidente eleito em 1930 - Júlio Prestes - assumisse o poder. 

Outras exigências dos paulistas foram a elaboração de uma nova constituição e a nomeação de um interventor paulista para governar o estado de São Paulo, que estava sendo governado pelo pernambucano João Alberto.

Como o governo federal não atendia às reivindicações dos paulistas, milhares de pessoas  - políticos, profissionais liberais e estudantes - organizaram diversos protestos contra o autoritarismo de Getúlio Vargas.
A polícia tentava reprimir as manifestações populares, em uma delas quatro estudantes morreram, e as letras iniciais de seus nomes tornaram-se o símbolo da luta paulista. A sigla era MMDC (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo).


Panfleto convoca a população para a luta.


Os paulistas, utilizando os jornais e o rádio, mobilizaram cerca de 35 mil homens para enfrentar as tropas de Getúlio Vargas, cuja força militar era de 100 mil combatentes. O estado de São Paulo esperava contar com o apoio de outros estados, mas isso não aconteceu e os paulistas enfrentaram sozinhos o governo federal.



Interessante observar que a propaganda dos paulistas para mobilizar sua população procurava exaltar a História de bravura dos paulistas desde os tempos coloniais, quando os bandeirantes paulistas desbravavam as matas, enfrentavam índios e ajudavam a expulsar povos estrangeiros que tentavam invadir o território brasileiro. O mito do bandeirantismo e da bravura nata e histórica de São Paulo podem ser claramente observados no panfleto abaixo, distribuídos nas ruas de São Paulo em 1932.

Um bandeirante esmaga Getúlio Vargas.

A ideia da propaganda revolucionária de ressaltar a História de bravura dos bandeirantes do estado de São Paulo tinha o objetivo de criar uma identidade coletiva entre a população,  quem apesar de ser diversa, tinha um ideal e uma origem histórica e heróica comum.

Outra fonte histórica imagética revela mais uma estratégia dos revolucionários. Essa destinava-se a captar recursos. Afinal, para se travar uma batalha contra as tropas federais era necessário um grande volume de dinheiro. 
 

Cartazes, como esse acima, eram afixados pelas ruas de São Paulo, pois faziam parte de uma campanha dos revolucionários para arrecadar doações de joias e dinheiro da população, para que pudessem obter armamentos e suprimentos.


A luta foi sangrenta, começou em 9 de julho e terminou no dia 01 de outubro de 1932, com a derrota dos "constitucionalistas" de São Paulo. Estima-se que os combates vitimaram 3 mil brasileiros.

Apesar da derrota militar de São Paulo, Getúlio Vargas cedeu à pressão e convocou uma Assembleia Constituinte, que promulgou a Constituição de 1934. Foi uma vitória moral dos paulistas.

Assista à uma reportagem sobre a Revolução de 1932: