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A Distopia de Trump: Democracias em Xeque
Trump está de volta. O líder da extrema direita norte-americana, uma figura que personifica o MAGA – "Make America Great Again" – mais do que um slogan, é uma doutrina. Não é apenas um retorno, mas uma declaração de guerra ao que ainda resta de equilíbrio no mundo. Ele traz consigo a força bruta de um destino manifesto reinventado, moldado pela fusão tóxica da Doutrina Monroe e Truman, agora aplicadas não só ao quintal latino-americano, mas ao planeta inteiro.
As big techs estão ao seu lado, armadas com dados e algoritmos, capazes de transformar mentiras em verdades e moldar realidades paralelas. Com o capital financeiro como aliado, Trump não quer apenas controlar os Estados Unidos; ele almeja retomar a hegemonia global. A China, com seu crescimento econômico e avanço tecnológico, é o alvo óbvio. Mas o plano vai além: derrubar democracias, desestabilizar governos e impor um novo imperialismo mascarado de nacionalismo.
As democracias ao redor do mundo estão em risco, mas a maioria das nações parece subestimar o perigo. Enquanto Trump desdenha das mudanças climáticas, as queimadas na Amazônia e o derretimento das calotas polares são ignorados. O clima é um problema dos outros. Sua prioridade é alimentar a máquina do capitalismo a qualquer custo, mesmo que isso signifique o colapso do planeta.
Imigrantes são caçados como nunca antes, transformados em bodes expiatórios para as crises econômicas e sociais. As minorias perdem direitos em nome de uma "moralidade" conservadora fabricada, enquanto uma avalanche de fake news garante que a maioria acredite em uma realidade fictícia. A imprensa livre é perseguida, desacreditada, até ser reduzida a uma caricatura do que já foi.
Trump não é um homem. É uma força, uma ideologia corrosiva que corrói tudo em que toca. Sua volta ao poder é o início de um processo anti-civilizatório. O avanço do imperialismo moderno pavimentado por fake news e algoritmos é uma distopia real e tangível. A resistência, porém, não pode ser episódica. Precisa ser permanente, feroz e, acima de tudo, inteligente. Porque, se ele triunfa, o preço é a destruição de tudo o que ainda pode ser salvo.
Por
Alessandro Mendonça Reis
Historiador e Mestre em História