9.11.16

Ele está de volta (Às vezes parece que ele nunca foi embora)!

Berlim (Alemanha), 2011.

Adolf Hitler desperta num terreno baldio, no subúrbio da cidade. Vê à sua volta inúmeros imigrantes de origem turca convivendo entre os seus. Descobre que uma mulher ocupa a presidência, que outrora fora sua, e sai em busca de respostas em meio ao vaivém de pessoas e de veículos nas ruas da capital.

O livro Ele está de volta (2012) do autor alemão Timur Vermes narra o retorno de Hitler no século XXI, cujo discurso nacionalista e impregnado de xenofobia se torna viral com o advento das novas tecnologias de comunicação e recursos de mídia, como a televisão e a internet. 

Eu já tenho o meu!

De leitura agradável, a obra nos faz refletir sobre a predisposição do grande público em aceitar os discursos propalados por lideranças conservadoras e populistas, muitas das quais defendem um "governo forte" e a adoção de medidas autoritárias. 

O texto, evidentemente, dialoga com as questões e tendências políticas do século XXI, evocando um fato do século XX - a ascensão de Hitler ao poder. Assim, a obra nos possibilita refletir sobre o avanço da direita conservadora na Europa, em países como Itália e França, por exemplo, cujas lideranças disseminam uma cultura de intolerância às minorias étnicas e defendem restrições a entrada de imigrantes em seus países com significativa aprovação popular. E, por que não citar, o caso de Donald Trump, recém eleito presidente dos EUA, personagem que durante a sua campanha ergueu a bandeira do isolacionismo, torcendo o nariz para os latinos e islâmicos. Ainda na América, mas desta vez no cone Sul, países como a Venezuela, Peru, Argentina e Brasil (vide a retórica do deputado Bolsonaro, a qual exalta o regime militar), há incontáveis políticos simpáticos às práticas governamentais populistas e demagógicas que seduzem multidões.

Enfim, há resquícios de cultura política autoritária por toda a parte, às vezes ela fica em estado latente, em outros momentos, como nos de crise econômica, ela se manifesta de modo mais forte e aí redundam em governos que cerceam  direitos e ceifam vidas. 

A repercussão do livro foi tamanha, que ele acabou virando filme homônimo à publicação de Vermes. Confira o trailer abaixo:




Sem dúvida, vale a leitura e o ingresso para o cinema!

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