20.7.16

Ideias e doutrinas sociais do século XIX


Currículo Mínimo da SEEDUC.


Vamos ao resumo da matéria do 2º bimestre do 2º ano do Ensino Médio.

A revolução industrial iniciada no século XVIII não impactou apenas no setor produtivo, ela trouxe significativas mudanças na cultura, na política e na sociedade da Europa industrial.
No campo social, a industrialização realçou as diferenças entre os burgueses (donos das fábricas) e o proletariado (operários). Na esfera política, estimulou o surgimento de novas ideias políticas e de organizações sociais que lutavam por direitos e garantias coletivas, que tentavam resistir ao sistema capitalista. 



Passaremos agora a analisar, resumidamente, as principais doutrinas e ideias que surgiram no século XIX no seio da sociedade industrial, começando pelo capitalismo que estava em vigor na época.

Capitalismo: Modo de produção, ou sistema econômico-social, que se baseia na propriedade privada dos meios de produção, na existência de um mercado no qual se realizam trocas de mercadoras por meio de moedas, e na separação entre trabalhadores, os proletários, e os capitalistas. O sistema capitalista era reforçado por pensadores adeptos do liberalismo econômico, como Adam Smith (1723-1790), para o qual a economia deveria ser dirigida sem a intervenção do governo, pela lei natural da oferta e da procura. Os liberais entendiam que para o país enriquecer era preciso expandir as atividades econômicas e o governo precisava garantir liberdade aos grupos privados. 

Anarquismo: essa expressão é ligada à ausência de governo ou de autoridade, propunha uma reorganização da vida social e econômica e a derrubada do capitalismo. 

  • Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), para ele a existência da propriedade privada constituía um roubo, pois que era um bem obtido por meio da exploração do trabalho alheio. Os anarquistas defendiam a igualdade e a liberdade para todos, a vida numa sociedade harmônica, sem a existência do Estado.


Socialismo utópico: Criava modelos ideais que não poderiam ser colocados em prática, segundo os seus críticos. Sua principal referência era o pensador iluministas Jean-Jacques Rousseau, que afirmara ser a propriedade a origem da desigualdade entre os homens. 
  • Saint-Simon (1760-1825) oriundo da nobreza francesa foi crítico do Liberalismo econômico e da exploração dos trabalhadores pelos capitalistas. 

Para ele a industrialização deveria favorecer a classe mais numerosa, a dos proletários. Não defendia o fim da propriedade privada, mas achava que os ricos deveriam ter responsabilidade social.

  • Robert Owen (1771-1858), por sua vez, defendeu a organização da sociedade em comunidades cooperativas, compostas de operários. 

Em cada uma delas as pessoas receberiam de acordo com as horas trabalhadas. Na Escócia, implantou escolas e creches em sua fábrica e reduziu a jornada de de trabalho buscando melhorar as condições de vida dos operários. Tentou implantar na América uma comunidade socialista, a New Harmony, mas o experimento falhou.

  • Charles Fourier (1770-1837) acreditava na busca do máximo prazer individual, por isso atacou o sistema que separava o trabalho do prazer. Era a favor da libertação da mulher e da liberação sexual. Defensor da organização da sociedade em cooperativas nas quais a produção e os seus benefícios seriam partilhados por todos.Enxergava o socialismo como a última etapa da história humana.  
Reforçando!


Socialismo científico: Foi o modelo formulado por Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) no período de 1840 a 1880. Sua proposta defendia:

  • A tomada do poder pelos trabalhadores;
  • Expropriação da propriedade fundiária;
  • A criação de impostos progressivos taxando a riqueza;
  • A criação de um banco que que centralizasse os créditos sob responsabilidade do Estado;
  • Multiplicação de fábricas nacionais (estatais);
  • Organização do movimento operário.

Para esses dois pensadores alemães, o motor da história seria a luta de classes, isto é, entre os que possuem e os que não possuem os bens e as propriedades. O Estado era um instrumento político que assegurava a manutenção do poder da classe dominante, a burguesia. A luta de classe chegaria ao fim quando os trabalhadores tomassem o poder - a ditadura do proletariado. 
A partir daí, a propriedade privada seria extinta, os conflitos de classe cessariam, por fim, o Estado também seria abolido e resultando no comunismo.

Doutrina social da Igreja

A Igreja Católica também se manifestou sobre a exploração e miséria do proletariado. As primeiras manifestações ocorreram no século XIX, partindo do padre francês Robert de Lamennais. Sua proposta incluía uma tentativa de reforma e justiça social pregando os ensinamentos cristãos para corrigir os males e injustiças originados da Revolução Industrial. Era o início do catolicismo social.

O catolicismo social se fortaleceu a partir da encíclica Rerum Novarum (Das Coisas Novas), no papado de Leão XIII (1878-1903). 

Por meio da encíclica, o papa criticou a desigualdade do capitalismo, defendeu a intervenção do Estado e a aprovação de leis para proteger o trabalhador, mulheres e crianças com redução da jornada de trabalho e salários mais justos. Também condenou a violência das revoltas operárias, ao mesmo tempo reforçava a necessidade do Estado proteger a propriedade privada e a caridade cristã dos patrões com seus trabalhadores. 

3 comentários:

  1. 1)Socialismo Utópico:Sua principal referência era o pensador iluministas Jean Jacques Rousseau que afirmava ser a propriedade a origem da desigualdade entre os homens.
    2)Para qual a economia deveria ser dirigida sem a intervenção do governo pela lei natural da oferta e da procura.

    ResponderExcluir
  2. Doutrina Social da Igreja,achei interessante a proposta que incluia a tentativa de reforma e justiça social pregando os ensinamentos cristão para corrigir os males e injustiças originados da Revolução Industrial.
    2)No qual se realizam trocas de mercadoras por meio de moeda e na separação entre trabalhadores,os proletariados e os capitalistas

    ResponderExcluir

Obrigado pelo comentário.