27.2.15

Produção de texto de aluna da Nova EJA

Ontem, dia 26 de fevereiro, começamos as aulas no Módulo I da Nova EJA.
Em nosso primeiro contato com a turma, tivemos ótima impressão de todos os presentes. Eles demonstraram bastante interesse no conteúdo, participaram e expuseram suas experiências e vivências.

O primeiro tema que trabalhamos foi a Memória. Aprendemos que a memória é uma construção individual, mas que se relaciona com a Memória coletiva, aos grandes acontecimentos e fatos que ocorrem em nossa sociedade, no país e no Mundo.

A atividade de nosso livro didático pedia para os alunos relatarem uma lembrança ruim que tivessem de algo ocorrido no Brasil ou no exterior.

Os alunos fizeram e leram suas produções. Todas foram muito bem feitas.
Alguns lembraram do impeachment do presidente Fernando Collor, em 1992, e da política econômica da época, que congelou as cadernetas de poupança, o que trouxe muitos prejuízos para a população do país.

A Aluna Fernanda Santos se lembrou de um acontecimento que houve nos E.U.A e que chocou o Mundo. Ela fez o seu relato em forma de poema, então vamos ao seu texto!


O mais triste dos 11 de setembro

Quanta tristeza eu vi
Inúmeras pessoas desesperadas a cair
Não tinham como se salvar
Com tanta maldade a escalar
As torres gêmeas foram o início
De tanta tristeza, choro, desperdício
Toda a arrogância de um país
Toda loucura terrorista de um líder infeliz
Como foi triste ver
Tudo se desfazer
Vidas inocentes se perder
Vai ficar eternamente na memória
Aquele dia, aquela tragédia na História


Parabéns a todos os alunos pela excelente participação e produtividade na aula de ontem e parabéns para a Fernanda pelo seu talento com as Letras!


25.2.15

Mais desenhos do 6º ano e uma análise

Ontem postamos um lindo desenho representando o povo Suyá (Kisêdjê).

Apresentamos um pouco da cultura dessa nação indígena para os alunos, para refletir sobre a importância de ter disciplina e saber ouvir, como forma de adquirir conhecimento e se expressar bem.

Hoje, vamos postar mais três desenhos maravilhosos, porém iremos analisá-los e identificar como os índios do Brasil atual estão representados na mentalidade de nossos alunos, recém ingressos no Ensino Fundamental II.

Desenho da aluna Jeniffer Soares. Sala 3.

O primeiro desenho, feito por Jeniffer Soares, mostra dois índios Kisêdjê. Destacamos o da esquerda, que está sendo destratado pelo índio da direita.
Ele veste preto e seus olhos foram realçados, o que demostra que ele é um Ani mtai kidi (“não ouvir-compreender-saber”), pois não aprendeu a ouvir, logo não fala bem. Assim, o índio de preto é visto como um feiticeiro e é uma figura anti-social, não sendo acolhido pela comunidade.   

Arte da aluna Ana Luíza.

A segunda imagem é um belo trabalho de Ana Luíza. Ela pintou um cenário natural paradisíaco, com uma cachoeira, grama, árvore, pássaros e uma fogueira. Há também uma oca, que é a moradia dos índios.
O índio que ela desenhou possui adereços nas orelhas e nos lábios, portanto é um Ani mbai mbechi (que significa “ouvir-compreender-saber bem”).
Esse índio é sociável, é integrado à comunidade, trabalha, partilha seus bens e escuta os índios com mais experiência.

Na imagem, ele está sem camisa, segurando um arco e uma flecha, provavelmente, se preparando para caçar.

Aqui fica evidente a visão que a sociedade, de modo geral, tem cristalizada em sua mente a respeito dos índios. O índio está sempre carregando seu arco e flecha de madeira, vivendo dos recursos disponíveis na mata.

Será que todos os índios vivem assim? Será que sua alimentação ainda depende exclusivamente da caça? Eles só cozinham em fogueiras? Por que não podem possuir fogões a gás ou à eletricidade? 

Lápis de cor sobre o papel, por Jheniffer.
A última obra de arte também é reveladora do imaginário coletivo acerca do índio.
No desenho de Jheniffer Rodrigues, temos um índio seminu, sobre uma canoa, pescando.

À sua direita, repousando em uma rede, está outro índio. Aliás, o costume de dormir em redes foi, de fato, um dos legados que os índios nos deixaram.

O desenho explicita novamente a dependência do índio em relação à natureza. Seu alimento provém da pesca. Será que o índio não pode ir comprar o seu peixe? Ou viverá sempre pescando? 

A respeito da nudez, Jheniffer reproduz o índio, tal como Pero de Vaz de Caminha descreveu em 1500, na seguinte passagem de sua célebre carta.

"Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência."


Essas representações dos índios permeiam o imaginário coletivo. As pessoas acham que todo índio anda nu, vive no mato da caça e da pesca, mas a realidade não é bem assim.

Muitos índios hoje vivem em Terras Indígenas (Tis), territórios que foram demarcados para que as nações indígenas possam usufruir das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. Nas terras indígenas, eles têm acesso à escola indígena, se dedicam a diversas atividades, como a agricultura e o artesanato, preservam alguns de seus costumes e tradições - rituais, danças, músicas e crenças, mas também possuem tecnologias, como celulares, computadores, acesso à internet, além de usarem roupas da "civilização branca".
Crianças da etnia Xavante utilizando aparelhos eletrônicos.

Há também índios que vivem nas cidades, frequentam a faculdade e exercem suas profissões.

Enfim, ao longo do tempo, os índios foram assimilando alguns elementos de nossa cultura urbana-industrial à sua cultura.
Afinal, cultura não é algo rígido e imutável, pelo contrário, ela está sempre mudando e se reinventando.

Então não se assuste se vir um índio de terno ou um índio usando o Wi-Fi do celular de última geração na fila do caixa eletrônico de um banco. Só porque eles assimilaram novos costumes à sua cultura não quer dizer que deixaram de ser o que são.



Concluindo, precisamos desconstruir alguns estereótipos a respeito dos povos indígenas do Brasil atual e trabalhar com nossos alunos que há múltiplas formas de se representar os índios do século XXI. 

24.2.15

Aprendendo com os índios

Começamos a trabalhar com os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental de maneira diferente neste ano.

Sempre iniciamos o ano letivo fazendo os "combinados", isto é as regras de convivência para os alunos na sala de aula.

Desta vez, optamos por contar para os alunos uma história da nação indígena Kisêdjê, povo que vive no norte do estado do Mato Grosso, com o objetivo de promover uma reflexão sobre disciplina.

Explicamos para os estudantes, das salas 3 e 4, que entre os Kisêdjê há uma cultura que valoriza bastante dois sentidos do corpo humano: a audição e a fala.

Por isso, esses índios decoram suas orelhas e lábios com discos de madeiras pintados, para ressaltar a importância que atribuem à esses órgãos.

Foto de um índio Kisêdjê. Harold Schultz, década de 1960.

Desde pequenos, os Kisêdjê são preparados para ouvir e falar e quando as crianças crescem, têm suas orelhas e lábios perfurados como um rito de passagem da infância para a fase adulta. Os índios que ouvem e falam bem são tratados com muito apreço na aldeia e são chamados de Ani mbai mbechi (que significa “ouvir-compreender-saber bem”).

Já aqueles que não aprenderam a ouvir, não possuem o conhecimento, logo não sabem falar bem e são associados aos feiticeiros que só conseguiram desenvolver o sentido da visão. Esses são classificados como Ani mtai kidi (“não ouvir-compreender-saber”).

Depois dessa conversa com os alunos, passamos algumas questões sobre os Kisêdjê, indagando sobre sua localização geográfica no território brasileiro, sua cultura e quais lições poderíamos tirar do modo de vida do povo indígena estudado.

Pedimos também, que os alunos fizessem um desenho para ilustrar o que aprenderam com a aula sobre os Kisêdjê.

Abaixo reproduzimos o desenho da aluna Jamilly M. Oliveira que, por um acaso, é filha de minha amiga dos tempos do Ginásio, a Jussara Barbosa. Pelo que pude perceber, Jamilly é tão aplicada aos estudos quanto era sua mãe.



Terminamos aqui, com um lindo desenho da Jamilly representando um índio Kisêdjê. Será que ela representou um Ani mtai kidi  ou um Ani mbai mbechi 

Parabéns a todos os alunos que se dedicaram e entenderam a mensagem da importância do saber ouvir para aprender!

23.2.15

Estudo sobre o cangaço

Como vimos na aula de hoje, com os alunos do 3º ano do Ensino Médio, o Cangaço foi um fenômeno característico do sertão nordestino brasileiro, entre o final do século XIX até as primeiras décadas do século XX.

A sociologia caracteriza o cangaço como uma forma de banditismo social, pois tal prática está relacionada a um contexto social, político e econômico extremamente desfavorável à população sertaneja daquela época. Esses fatores devem ser considerados no estudo em questão.

Abaixo postamos uma apresentação de slides com um resumo do conteúdo, seguida de uma reportagem da TV Record sobre Lampião e o Cangaço.

Bom estudo!


22.2.15

Jogo da Forca

Saia da forca neste game sobre Cultura e Mídia!



Recomendamos a leitura da postagem sobre o Tema para você não terminar enforcado! Então clique aqui.

19.2.15

Tesouro no fundo do mar

Assista ao vídeo abaixo e veja que descoberta incrível.



Mergulhadores encontraram, por um acaso, milhares de moedas de ouro do século IX, na costa de Mar mediterrâneo, próximo ao antigo porto de Cesareia.


As moedas são de uma época em que os califas fatímidas (corrente islamita) governavam parte do norte da África, a Sicília e parte do Oriente Médio.

Os arqueólogos acreditam que as moedas se perderam durante um naufrágio, quando deveriam seguir como impostos para os Califas.

Leia mais clicando aqui.

12.2.15

Por dentro da Mídia

Hoje, começamos o curso de Cultura e uso das mídias com o 2º do PROEMI, do CIEP 280.

Depois de uma apresentação do curso e de uma proposta colaborativa, passamos a estudar os conceitos Cultura e Mídia.

Cada aluno expôs sua opinião acerca dos dois termos e tentou defini-los. Depois dessa conversa, examinamos a definição de especialistas dos assuntos. Recorremos à historiadores para definir Cultura e também assistimos a um vídeo (disponível aqui no Blog) com publicitários tentando encontrar a melhor resposta para a pergunta: o que é mídia?

O dever de casa ficou por conta de uma análise crítica da imagem abaixo, seguida por uma produção de texto que deve esclarecer de que forma a mídia se relaciona e influencia os consumidores e a sociedade em geral.



Bom trabalho!



11.2.15

Uma reflexão para os professores e para a sociedade acerca da educação brasileira

Hoje encontrei na escola um artigo muito interessante de Dermeval Saviani, enquanto folheava a revista Carta na Escola, nº 46, Maio de 2010. p. 66.

No texto, o autor reflete sobre alguns problemas da Educação brasileira. Aborda a falta de prestígio dos professores e a crise vivida pela escola, que vem perdendo, gradativamente, sua principal característica histórica que é o ato de Ensinar. 

Conclui o artigo opinando ser necessário uma grande mobilização dos docentes e da sociedade como requisito para se conquistar uma carreira digna e justa para os educadores. 

Será que essa união é possível? As pessoas estão mesmo engajadas com a Educação Pública de qualidade e entendem que o professor precisa ser bem remunerado, precisa trabalhar em apenas uma escola para desenvolver um bom trabalho e precisa ter formação continuada (participar de cursos, se capacitar, ir a congressos etc)? 

Deixemos de questionar e vamos ao texto do Professor Saviani. Vale a pena conferir:

O drama do professor

Diante das pressões para exercer várias funções, o educador ainda terá de participar da gestão escolar e da vida da comunidade e orientar os estudos dos alunos?


Como ocorre com os trabalhadores em geral, também os professores são instados a se aperfeiçoar continuamente. O mercado e seus porta-vozes governamentais querem um professor ágil, leve, flexível, que, a partir de uma formação inicial ligeira e a baixo custo, aprimore sua qualificação no exercício docente refletindo sobre sua prática, apoiado, eventualmente, por cursos rápidos. Pede-se, ainda, que ele não apenas ministre suas aulas, mas também participe da elaboração do projeto pedagógico das escolas, da vida da comunidade, da gestão da escola e do acompanhamento dos estudos dos alunos.



Você, como a maioria dos professores, não ficou imune ao canto de sereia das novas pedagogias. A descrença no saber científico e a procura de “soluções mágicas” — do tipo reflexão sobre a prática, relações prazerosas, pedagogia do afeto, transversalidade dos conhecimentos e fórmulas semelhantes — vêm ganhando a cabeça dos professores. Estabelece-se, assim, uma “cultura escolar” de desprestígio dos professores e dos alunos que querem trabalhar seriamente e de desvalorização da cultura elaborada. Nesse tipo de “cultura escolar”, o utilitarismo e o imediatismo da cotidianidade prevalecem sobre o trabalho paciente e demorado de apropriação do patrimônio cultural da humanidade. Com isso, a escola foi sendo esvaziada de sua função específica ligada ao domínio dos conhecimentos sistematizados.



Nesse quadro, você, professor, é lançado na defensiva. Diante das pressões para exercer o conjunto de funções solicitadas, você responde: “Mas eu já faço das tripas coração para ministrar, da melhor forma possível, um grande número de aulas, em três ou quatro escolas diferentes, para turmas numerosas de alunos... e ainda vou ter de participar da gestão da escola e da vida da comunidade e orientar os estudos dos alunos”. O professor, que nos anos 1980 participou da mobilização dos educadores, reivindicando maior participação nas decisões, agora se vê diante da seguinte cobrança: “Vocês não reivindicaram maior participação? Pois é. Suas reivindicações foram todas atendidas pela legislação. Portanto, o êxito da escola e da política educacional que a orienta depende apenas da iniciativa e dedicação de vocês, professores”.



Eis aí o seu drama atual, caro professor. Na verdade, você também é vítima da inclusão excludente. Os dirigentes esperam que você exerça todo um conjunto de funções com o máximo de produtividade e o mínimo de dispêndio, isto é, com modestos salários. Claro que, se você fosse bem remunerado no âmbito de uma carreira docente que lhe garantisse jornada integral numa única escola, você poderia exercer sem maiores problemas as mencionadas funções. Cabe, pois, passar da defensiva à ofensiva, organizando fortemente a categoria dos professores e mobilizando toda a sociedade em torno da conquista de uma carreira docente digna e justa. Sem isso, todas as proclamações em torno da valorização da Educação não passarão de promessas vãs.

10.2.15

Tem índio no Brasil?

O título dessa postagem traz uma pergunta que eu escutei de um aluno do 6º ano do Ensino Fundamental, depois que eu apresentei para turma um pouco da Cultura dos Suyá (Kisêdjê), povo indígena que vive no Mato Grosso.



Falávamos a respeito do quanto os Suyá valorizavam os sentidos da audição e da fala e que, devido a isso, enfeitavam suas orelhas e lábios com discos de madeira decorados com tinta. 

Foto: Harold Schultz, década de 1960. Disponível no site Povos indígenas do Brasil.

No passado, os adornos tinham um significado prático e cultural, indo além do estético. Eles marcavam ritos de passagem, quando, por exemplo, os jovens iniciavam sua vida sexual ou eram considerados adultos.
E, na prática, usar os adereços era algo importante. Os Suyá "afirmavam que a orelha furada era para ouvir-compreender-saber bem. Diziam ainda que o disco labial estava associado à agressividade e belicosidade, correlacionadas com a auto-afirmação masculina, a oratória e a canção". (Fonte: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/kisedje/1227).

Portanto, quem sabe ouvir bem, adquire o conhecimento e a sabedoria para conviver bem em sociedade. Utilizamos esse exemplo para falar de disciplina para os os nossos alunos, os quais, geralmente, não gostam de ouvir. É preciso ouvir atentamente para aprender os conteúdos ministrados em sala de aula. Depois de ouvir e de aprender, é a vez do falar. Deve-se questionar, tirar dúvidas, partilhar experiências e demonstrar o seu aprendizado.

E respondendo à pergunta desta postagem. Sim, ainda há índios no Brasil. São vários povos e etnias que vivem espalhados por todo o território brasileiro. De acordo com o senso do IBGE (2010), no Brasil existem 817.963, o que corresponde a 0,44% do total da população Brasileira (Fonte: http://pib.socioambiental.org/pt/c/no-brasil-atual/quantos-sao/o-censo-2010-e-os-povos-indigenas). Eles se dividem em 241 povos, falantes de mais de 150 línguas diferentes!  

Viu só? Ainda há muito índio no Brasil, embora já tenha existido muito mais deles por aqui. Estima-se que antes da chegada dos colonos portugueses, em 1500, havia no território brasileiro cerca de 5 milhões de índios! Com o processo de colonização, as guerras, as doenças, a escravidão e a aculturação os números foram caindo.

Mas até os dias atuais os índios lutam para conquistar o direito à terra de seus antepassados e preservar o que sobrou de seus costumes, de suas crenças e de sua cultura. Além disso, os índios são muito importantes para a Cultura brasileira. Eles nos deixaram grandes contribuições, que estão vivas em nosso cotidiano, na alimentação, em nossa língua e em diversos costumes e aspectos que vivenciamos sem nos dar conta que herdamos muitas práticas culturais dos índios.

Por isso é importante aprender mais sobre nossa História e conhecer nossas raízes, europeias, africanas e indígenas.

Assista ao vídeo abaixo e descubra um pouco mais sobre os povos indígenas do Brasil.

6.2.15

Cultura e Mídia

No Ensino Médio Inovador, da SEEDUC-RJ, o 2º ano terá a disciplina Cultura e uso da mídia.

O título da nova disciplina une dois conceitos bastante complexos - Cultura e Mídia. Ambos comportam múltiplas definições e, associados, podem resultar numa combinação bastante interessante e produtiva, sob o ponto de vista pedagógico.

Então iremos definir os conceitos individualmente, para facilitar o estudo e a apreensão da essência de cada um deles. Depois tentaremos conectar os dois termos e perceber de que forma um se relaciona e influencia o outro.

Cultura

A palavra Cultura vem do latim colere e significa cultivar. Esse cultivo servia tanto para o trabalho agrícola quanto para a transmissão de conhecimento e valores para as próximas gerações.

No Século XIX, Edward Taylor, definiu cultura de forma mais abrangente:

"...cultura abrange todas as realizações materiais e os aspectos espirituais de um povo. Ou seja, em outras palavras, cultura é tudo aquilo produzido pela humanidade, seja no plano concreto ou no plano imaterial, desde artefatos e objetos até a ideias e crenças. Cultura é todo complexo de conhecimento e toda habilidade humana empregada socialmente”. 
(CULTURA. In: SILVA, K. V; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005. p. 85).




O estudioso brasileiro Alfredo Bosi também definiu Cultura. Para ele "...cultura é o conjunto de práticas, de técnicas, de símbolos e de valores que devem ser transmitidos às novas gerações para garantir a convivência social. Mas para haver cultura é preciso antes que exista também uma consciência coletiva que, a partir da vida cotidiana, elabore os planos para o futuro da comunidade". ( Op. Cit. p. 86).

Note que, na definição de Bosi, a Cultura está diretamente relacionada à sobrevivência da comunidade. A cultura estabelece regras que permitem as pessoas viverem em sociedade. Essas regras são transmitidas através da linguagem e do comportamento. Nesse sentido, a educação possui um papel privilegiado, pois é ela que, junto com a família, transmite o conhecimento e a cultura de uma geração para a seguinte.

Cada grupo ou povo possui sua própria cultura e quando culturas distintas se confrontam pode haver um choque cultural. Além disso, uma Cultura não é algo estático. Culturas são dinâmicas, estão sempre sofrendo alterações e podem aprender novos costumes, crenças e valores quando estão em contato com outras diferentes.   


Ingleses se encontram com índios nativos da costa leste norte-americana, no início do século XVII. A cena histórica foi representada pelo filme O Novo Mundo (2005) e é um exemplo de choque cultural.


Mídia

“Em comunicação, mídia são os canais ou ferramentas usadas para armazenamento e transmissão de informação ou dados. Mídia muitas vezes é usada como sinônimo de meios de comunicação de massa ou agências de notícias, mas pode se referir a um único meio utilizado para comunicar os dados para qualquer finalidade.
A mídia afeta o que as pessoas pensam sobre si mesmas e como elas percebem as outras pessoas. O que pensamos sobre nossa auto-imagem e que imaginamos que os outros deveriam ser vem através da mídia”. (http://www.evef.com.br/midia.php acesso em 06 fev. 2015).





Podemos entender a Mídia como os instrumentos e ferramentas que servem para armazenar ou veicular informações, através de diversos meios que nossa Cultura material criou. As tecnologias, por exemplo, são resultado da Cultura humana e do desenvolvimento de técnicas, ao longo do tempo. Assim, possuímos o rádio, os televisores, a internet e os celulares como veículos midiáticos.


No vídeo acima, publicitários tentam definir o que é mídia.


Cultura x Mídia

A mídia está em todo lugar, pois a informação pode ser apreendida a todo instante em nosso dia a dia. Pensemos em um exemplo do quanto a mídia está presente em nossa rotina: quando saímos de casa para ir à padaria, começamos a receber um bombardeio de uma série de informações, as quais podem moldar ou modificar nossos comportamentos e a nossa Cultura.


Imagine que do trajeto de sua casa até a padaria você se depare com um panfleto afixado num poste anunciando a chegada do circo na cidade. Você continua seu percurso e vê, na lateral de um prédio, um grande outdoor, destacando a promoção de veículos da FORD, devido à redução do IPI pelo Governo Federal. Antes de chegar à padaria é preciso passar pela Igreja, em cujo portão está colado um aviso de que neste dia não haverá celebração. Você chega até o seu destino e compra os seus pães, digamos que compre 3 e pague o valor costumeiro de R$ 3,00.




Você pega sua compra e retorna, mas no caminho de volta percebe que do outro lado da rua há um cavalete na calçada com um cartaz colado dizendo: "Pão a R$ 0,50!"




Você reflete um pouco e pensa consigo mesmo:

- Amanhã virei comprar pão nesta padaria, pois irei pagar mais barato!

Com a situação exposta acima, queremos apenas demonstrar o quanto a Mídia faz parte de nosso cotidiano e também que ela é importante para a Cultura, na medida em que pode valorizar ou alterar hábitos com os quais estamos acostumados.

Pela mídia, nós temos acessos a uma infinidade de informações, sobre os aspectos mais diversificados de nossa vida, seja econômico, social, religioso etc.

A mídia também é um instrumento de poder, que exerce forte influência sobre a sociedade e a opinião pública. Ela pode ser usada em favor do consumo, para fins políticos, determinar padrões estéticos, dentre outros. 




Por isso, temos que tomar o cuidado de refletir sobre as informações que nos cercam, considerar quem a veicula e com quais intenções. Caso contrário, correremos o risco de ser manipulados, perder nossa identidade cultural e deixar que "outros" ditem as regras de como devemos pensar e agir.     


2.2.15

O que é Acrópole???

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- Professor, o que significa Acrópole???  

Essa é uma pergunta que eu escuto dos meus alunos inúmeras vezes ao longo do ano.

A resposta para a pergunta deveria estar no início do Blog, justificando o porquê de eu ter escolhido este nome para um site da internet. Como não fiz isso no início, farei agora, quando o Blog está a todo vapor, graças a Deus.

Quando fui criar o Blog, tive que escolher um nome e queria algo bacana, relacionado à minha disciplina de formação, que é a História.
Seria fácil encontrar qualquer termo para denominar um site, pois a História possui registros intermináveis da Cultura de toda a Humanidade.

Então acabei recorrendo à Antiguidade Clássica, ao Mundo greco-romano, pois ele é considerado o "pai" fundador da Cultura Ocidental, da qual fazemos parte.

Optei pelo termo Acrópole, que significa:


"Na Grécia Antiga, a Acrópole era o ponto mais alto da cidade (geralmente uma montanha). A Acrópole possuía um papel muito importante na vida das pólis (cidades-estado) gregas. 


A Acrópole servia como refúgio para os habitantes das cidades no momento de ataques 


militares dos inimigos. Serviam também para observação militar." (Fonte: suapesquisa.com)




Nas palavras do Historiador Pedro Paulo Funari (2002), a Acrópole situava-se: "...em uma colina, era o lugar mais alto, "próximo ao céu", onde estavam localizados os lugares sagrados e cívicos, como os templos e  conselho de anciãos. A parte alta representava a própria cidade, como um todo, por ali estarem os edifícios mais importantes, como no caso da Acrópole de Atenas e seu templo, o Parthenon, monumento em que se exaltavam os deuses e o patriotismo." (p.50).

A Acrópole mais famosa da Antiguidade  era a de Atenas, que hoje é capital da Grécia. No topo da colina está o Parthenon, cuja construção data do século V a. C. Esse templo é dedicado à deusa Atena, uma das principais divindades da mitologia grega e que normalmente era cultuada como a deusa da sabedoria.




Atualmente, as ruínas da Acrópole de Atenas são muito procuradas por turistas de todo o mundo, os quais desejam apreciar e conhecer um pouco da grandiosidade da cultura grega antiga.

Turistas visitam as ruínas do Parthenon, na Acrópole de Atenas (Grécia).
Respondemos à questão?

Escolhemos Acrópole, pois ela representa o passado, a civilização grega antiga, que nos deixou um grande legado cultural. Muito de nossa cultura, costumes, crenças e práticas políticas e sociais foram herdadas do grego antigo.

Além disso, minha cidade natal - Leopoldina - era chamada, há algumas décadas, de Atenas da Zona da Mata, devido à importância que a Sabedoria, a Educação e o Conhecimento tinham na cidade. 

No início do século XX, por exemplo, o Ginásio leopoldinense, cuja arquitetura evoca a cultura greco-romana, era referência em Educação na região. Ele oferecia curso superior de Farmácia, fazia testes de admissão para selecionar os candidatos que desejavam estudar nele e tinha um currículo robusto, no qual constavam aulas de Latim, Francês, além das disciplinas tradicionais.


O Ginásio Leopoldinense foi fundado em 1906 e possui um estilo arquitetônico com vários elementos neoclássicos. Suas imponentes colunas e arcos e seu formato retangular reverenciam a Cultura da Antiguidade Clássica.


Foi por isso que escolhi Acrópole para intitular o nosso Blog e transformá-lo num espaço para estudo sobre História & Educação! 
O  nosso Projeto está indo muito bem, além de minhas expectativas, pois estamos conseguindo contribuir para a difusão do Saber, ao passo que aperfeiçoamos nossas técnicas de ensino.

1.2.15

Valeu, pessoal!!!

Grande vitória. Haja coração!




Muito obrigado a todos por compartilharem de nossas ideias, sonhos e alegrias.

Valeu pelos mais de 100 mil acessos ao Blog!