24.7.12

Estamos no Tribuna do Povo!

Nosso post intitulado "Iniciativa louvável", postado aqui no blog no dia 07 de julho, também está disponível nas páginas do jornal mais tradicional de Leopoldina e região, o Tribuna do Povo, edição 626, de 25 de julho.

Você encontra o Tribuna do Povo nas bancas de Leopoldina. Não perca!


15.7.12

14/07/1789 - Fim do Antigo Regime

Ontem os franceses comemoraram uma passagem histórica em seu país,  a Queda da Fortaleza Bastilha, fato que marcou o início da Revolução Francesa, em 1789.


A população parisiense invadiu e destruiu a fortaleza que servia de prisão para os opositores do rei Luís XVI - 14/07/1789

Vamos entender porque essa data é tão importante para os franceses e para o Mundo e por isso tem sido celebrada anualmente naquele país.


Veja mais fotos da comemoração do Dia da Bastilha clicando aqui.

No século XVIII, a França vivia sob os moldes do Antigo Regime, era governada por um monarca absolutista, que cobrava muitos impostos da burguesia e dos camponeses, a sociedade era estamental, na qual o clero e a nobreza tinham privilégios e gozavam de grande prestígio junto ao Rei.
Ao povo restava o patamar mais baixo da sociedade, cabendo a maior parte da população sustentar, com o seu trabalho e os impostos que pagavam, a luxuosa vida de Luís XVI  e de sua corte.

Não havia igualdade na sociedade francesa. Os de cima exploravam os de baixo. Alguma semelhança com os dias de hoje?

Além disso, a França sofria com a escassez de alimentos e a inflação do pão, o que provocou fome e uma revolta popular generalizada. Os camponeses começaram a atacar os seus senhores feudais (os nobres) e saqueavam suas terras, ateavam fogo em castelos. A população de Paris se uniu e atacou a Bastilha, a fortaleza que o rei usava para prender os seus inimigos.

Os camponeses lutavam por comida e a burguesia, formada por pequenos comerciantes, industriais, banqueiros e etc, desejava a redução dos impostos e sua inclusão na vida política do país.



A luta foi sangrenta e resultou na morte do rei, que foi guilhiotinado. Terminara o Absolutismo Monárquico, forma de governo na qual o governante tem poderes quase ilimitados, e a França tornou-se uma República, aceitando maior participação popular no poder.
 O carrasco exibe a cabeça do Rei - 1793.

Com a República o povo conquistou alguns direitos, como o voto masculino, escola primária gratuita e os impostos passaram a ser pagos por todos, independente de sua classe social, dentre outros.

A Revolução marcou o fim do Antigo Regime e a conquista de alguns direitos civis importantes, como a liberdade e a igualdade entre os Homens.

A luta dos franceses causou muito impacto na época, as notícias da revolta popular na França correram o Mundo e influenciaram diversos movimentos políticos de caráter libertário, tais como as Conjurações Baiana e Mineira no Brasil e a luta de Independência do Haiti.

Os ideais dos revolucionários franceses permanecem vivos e ainda servem de inspiração para continuarmos lutando por liberdade, igualdade e fraternidade. A luta não pode parar, ainda temos muito o que conquistar e, se ficarmos parado, podemos perder o que nos foi legado pela História.

 A liberdade - representada pela mulher - guia os revolucionários franceses.

Clique AQUI para ler a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, redigida pelos revolucionários franceses, em 1789. Perceba que diversos itens enumerados no documento estão presentes em nossas vidas até os dias de hoje.


Desenho do século XVIII representa a sociedade francesa da época. Que mensagem ele nos transmite?

DE OLHO NO ENEM - 2017. QUESTÃO SOBRE A DECLARAÇÃO DE DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO








10.7.12

Varrendo a sujeira...

Hoje a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, está bem limpinha, graças à ação da ONG Rio de Paz, que colocou dezenas de vassouras verde e amarelas na praia.

São 81 vassouras que simbolizam o número de senadores do Brasil, elas estão devidamente caracterizadas com gravatas e expressam a necessidade que temos de "varrer" a corrupção política que assola nosso país.



A ideia foi muito criativa e a fotografia está estampada no site: http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/8554-imagens-do-dia#foto-165898

Apesar da criatividade, a vassoura simbolizando a necessária faxina na política não é inédita, um antigo presidente do Brasil - Jânio Quadros - que governou o país durante sete meses, no ano de 1961, usou o lema "varrer a corrupção" em sua vitoriosa campanha presidencial.


O símbolo de Jânio era uma vassoura, para "varrer" a corrupção da política no Brasil.

Assista ao vídeo com o Jingle da Campanha presidencial de Jânio - Varre varre vassourinha!



Leia mais sobre a vida e o governo de Jânio Quadros:

Nós, cidadãos, também devemos usar a "vassoura" nas próximas eleições municipais para "varrermos" dela a corrupção e a incompetência, diga não aos candidatos fichas sujas e aos oportunistas que nada querem com o bem público, senão o benefício do próprio umbigo.

Vote certo, informe-se sobre os seus candidatos, pesquise sobre sua vida profissional e sobre a sua atuação na vida pública e comunitária antes de depositar sua confiança nele.

Melhor prevenir do que remediar, portanto, vamos usar a vassoura agora, nas eleições, e limpar nossa cidade, para evitarmos que ela fique "suja" sob o governo de pessoas incompetentes e com más intenções.

8.7.12

Preservação do Patrimônio

Hoje li uma notícia de que pesquisadores de universidades e do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) estão trabalhando na restauração das maravilhosas esculturas dos doze profetas, de Aleijadinho (1730-1814).

As obras de arte estão na cidade de Congonhas, em Minas Gerais, e foram construídas entre 1800 a 1805.


O trabalhado de restauração é bastante complexo, e exige muito cuidado dos pesquisadores e dos técnicos, os quais não podem fazer a limpeza das esculturas utilizando métodos comuns, como água, sabão e escovas, sob o risco de alterar as formas originais das obras de arte.

A limpeza é feita com um biocida que é aplicado sobre a superfície da pedra, ele elimina os microorganismos e fungos que, com o passar dos anos, podem prejudicar o formato das esculturas.

O trabalho de restauração de obras de arte e de outros artefatos e construções que compõe nosso Patrimônio Histórico é fundamental para a preservação de nossa História e de nossa Cultura.
Sem esse trabalho, provavelmente, não poderíamos mais observar algumas das belezas Históricas e Culturais que foram construídas no passado.

As obras de Aleijadinho são exemplos da Arte Barroca no Brasil e expressam, além da beleza e da genialidade de seu autor, toda a riqueza das Minas Gerais no século XVIII, oriunda da extração do ouro, e também a religiosidade das pessoas na época.  

Portanto, o trabalho de preservação e restauração do Patrimônio Histórico, esteja ele onde estiver, é importante para ajudar a contar nossas Histórias! Cuidar do Patrimônio Histórico é também uma responsabilidade de cada um de nós, enquanto agentes da História.

Não destrua, não risque e não deprede o Patrimônio Histórico e Artístico de sua cidade.

Resultados das enquetes

Após as aulas você costuma?


Ir para casa jogar vídeo game.
  3 (17%)
 
Fazer os deveres de casa.
  5 (29%)
 
Reler as matérias estudadas no dia.
  2 (11%)
 
Ir para rua brincar.
  0 (0%)
Trabalho/Ajudo em casa.
  1 (5%)
 
Outro.
  6 (35%)
 

Votos até o momento: 17



Quais são suas expectativas para a escola em 2012?

Passar de ano antes do 4º bimestre.
  13 (35%)
 
Melhorar meu comportamento na escola.
  1 (2%)
 
Me dedicar aos estudos e aprender bastante.
  18 (48%)
 
Manter o mesmo rendimento que tive em 2011.
  4 (10%)
 
Nenhuma dessas opções.
  1 (2%)
 

Votos até o momento: 37

7.7.12

Iniciativa louvável

Nós, do povo, estamos sempre reclamando dos políticos, da costumeira corrupção intrínseca desse meio, e da precariedade dos serviços básicos, como Educação, Saúde e Segurança, que nos são ofertados pelo Poder Público.

Mas também precisamos reconhecer as ações e medidas sérias que são frutos de políticas públicas que possibilitam a melhoria da qualidade de vida da população. Uma destas medidas é um Programa executado pelo Governo Federal, através do Ministério da Saúde, chamado "Academia da Saúde".

O Programa foi criado em 07 de Abril de 2011, por meio da Portaria Nº 719, e tem movimentado diversos municípios brasileiros, ele "tem como principal objetivo contribuir para a promoção da saúde da população a partir da implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e quadro de pessoal qualificado para a orientação de práticas corporais e atividade física e de lazer e modos de vida saudáveis." (Portal do Ministério da Saúde. Acesso em 07 jul. 2012.)

Através da Academia da Saúde, o governo federal envia equipamentos de ginástica e musculação para os municípios, que devem instalá-los em locais públicos, acessíveis à população.
Nestes espaços, as pessoas podem praticar exercícios físicos, dentre outras atividades, e ainda receber orientações de profissionais da Saúde e da Educação Física, acerca de educação alimentar, a importância das atividades físicas e outros assuntos correlatos.

Agora ninguém mais pode dar desculpa de que não tem condições de pagar a mensalidade de uma academia e ficar parado em casa, pois a musculação, o alongamento e as atividades aeróbicas podem ser feitas gratuitamente, em um local público da sua cidade!

Se a sua cidade ainda não foi contemplada com uma Academia Pública, converse com o seu vereador e peça a ele que solicite aos órgãos competentes o envio dos equipamentos e recursos necessários para a instalação da academia na sua cidade.

Afinal, não podemos perder essa saudável oportunidade de contribuir para a melhoria da saúde pública, pois quem pratica atividades físicas regularmente tem mais qualidade de vida. 

São medidas simples e eficazes, como a descrita no texto, que necessitamos para tornar nosso país mais feliz.


4.7.12

04/07 - Feriado nos E.U.A

Hoje os norte-americanos estão curtindo o feriado mais importante do ano em sua Nação.

Leia os slides abaixo e descubra o que ele estão comemorando.

Depois de descobrir a resposta, envie para gente, deixando o seu comentário!


Independência dos eua
View more PowerPoint from Rod Pereira

Today it has...


  Parade and...



Barbecue!

7º 9

Abaixo está parte da turminha do 7º ano 9, da E. E. Luiz Salgado Lima.
Eles são bastante interessados nos conteúdos ministrados em História, e estão lendo e pesquisando bastante sobre os temas propostos em sala de aula.



Turma 7º 9 em ação, ou melhor, tentando agir na sala de informática, onde os equipamentos não funcionam corretamente e não há sinal de internet.

Continuem assim, meninos e meninas, só com muito esforço teremos recompensas!

2.7.12

História = Identidade

Muitos estudantes questionam porque precisam estudar a História, uma disciplina que julgam tratar apenas de coisas velhas, papéis antigos e objetos de museus.


De fato, a História lida com objetos antigos e atribui um grande valor para os museus e os artefatos que neles estão encerrados e expostos. Afinal, esses artigos são fontes importantes para apreendermos informações sobre a época em que eles foram produzidos.

Mas o estudo da História não se restringe somente ao estudo do passado e das coisas antigas.
Uma das primeiras definições que aprendemos sobre a disciplina é que ela estuda o passado, para entendermos o presente e melhorar o futuro.
Concordamos com essa afirmação, embora saibamos que ela sozinha não explique o sentido da disciplina História. Contudo, discorreremos um pouco acerca dessa visão de que o estudo do passado contribui para compreender o presente e melhorar o futuro.

Quando estudamos o passado, temos a possibilidade de vislumbrar as ações humanas, as que deram certo e as que deram errado, podemos aprender com os erros e os acertos de nossos antepassados.

Atualmente, vivemos em uma sociedade na qual temos leis que protegem os cidadãos contra qualquer tipo de intolerância, seja ela racial, religiosa ou de opção sexual.
Mas só temos essas leis porque passamos por períodos históricos onde elas eram inexistentes, onde as pessoas erraram, tomaram decisões equivocadas, preconceituosas, segregacionistas e cruéis que resultaram em intolerância, ódio, perseguições e derramamento de sangue inocente.

Por exemplo, na Idade Média (476 a 1453), desde o século XI a Inquisição, tribunal da Igreja Católica, perseguia, prendia, julgava e condenava diversas pessoas suspeitas de atentarem contra os costumes católicos e cristãos, que a Igreja determinava como o padrão para a sociedade da época.

Um outro exemplo, porém contemporâneo, é o Holocausto, promovido pelos nazistas na Alemanha, entre 1933 a  1945, onde aproximadamente 6 milhões de judeus foram mortos e, sistematicamente, perseguidos pelos alemães sob o pretexto racial.


Os alemães culpavam os judeus pela derrota da nação na Primeira Guerra e pelos males que afligiam o país na segunda década do século XX, além disso, Hitler, o chefe do nazismo, classificava os judeus como uma raça inferior, portanto, deveria ser eliminada.

Infelizmente, precisamos passar por diversos traumas ao longo da História, e devido a esses processos históricos hoje podemos viver e desfrutar de uma vida, relativamente, melhor, onde há mais tolerância e respeito pelas diferenças culturais.

Em suma, a sociedade humana amadureceu, nós aprendemos com os erros, e a História nos ensinou a melhorar. Se as leis que existem hoje trazem benefícios para as pessoas, protegem nossos direitos de ir e vir, de nos expressar livremente, de ter liberdade de crença é porque muita gente no passado morreu para que pudéssemos usufruir desses direitos.
  
Note que, apesar de conhecermos um pouco do passado e dos erros cometidos pela Humanidade, ainda hoje há intolerância, preconceitos de diferentes tipos e ódio espalhado pelo Mundo. 

Mas se não fosse a História e os processos que a envolvem, como a interação entre os grupos sociais, talvez não estaríamos vivendo com a liberdade que desfrutamos atualmente.

Por isso temos que valorizar a História. Ela não é uma disciplina ultrapassada, que só estuda velharia. A História é dinâmica, está sempre em transformação, tem diferentes pontos de vista, é construída por cada um de nós, com nossas frustrações, ambições, paixões, erros e acertos.

A História é múltipla, diversa, rica e fragmentada em versões, nela não há verdade absoluta. Contamos e recontamos a História sob diferentes pontos de vista, as versões sobre os fatos variam de acordo com os interesses dos agentes históricos, que, muitas vezes, são distintos e conflitantes  entre si. Descobertas e pesquisas estão sempre renovando a historiografia, isto é, a escrita do conhecimento em História.

A Disciplina também nos permite  ter acesso às diferentes culturas do Mundo, com ela podemos estudar, conhecer e admirar todo o patrimônio cultural que nos foi legado pela Humanidade, esteja ele em qualquer lugar do Mundo, sem precisar sair do conforto de nossas casas.
Graças à História podemos contemplar a imponência das pirâmides milenares do Egito, receber conforto espiritural nas monumentais catedrais góticas, ou admirar a beleza do Partenon em Atenas, enfim, viajamos na História e elevamos nosso nível cultural quando tentamos conhecer e compreender as diferentes culturas que coexistem no Planeta.

Quando estudamos História, estamos olhando para nosso passado, estamos construindo nossa identidade.
Cada cidadão tem um documento de identidade. Para que serve esse documento?


Ele revela seu nome, ele contém os registros do tempo e do espaço onde você nasceu. Nele também há os nomes dos seus pais, resumindo, a carteira de identidade  conta um pouco da sua trajetória individual. A História disciplina é a identidade de todos nós, pois ela registra a trajetória da sociedade e as implicações de nossas decisões para o mundo.

O passado histórico, portanto, diz respeito a todos nós, enquanto membros da sociedade. O Mundo não está pronto e acabado, ao longo da História construímos e reconstruímos tudo o que está a nossa volta.
Por isso um grande historiador francês - Fernand Braudel (1902-1985) - afirma que a História é a Ciência que estuda as ações do Homem no tempo. E foram estas ações que moldaram e tolheram vidas, forjaram hábitos e crenças, as quais nos foram legadas com o passar do tempo.

Tudo que nossos antepassados realizaram fazem parte de nossa identidade coletiva, o Mundo que deixaram para nós deve ser melhorado, é nossa obrigação procurar conhecê-lo e torná-lo melhor.
No filme Cruzada (2005), dirigido por Ridley Scott, o personagem principal carregava uma frase de impacto, que vai ao encontro da ideia aqui exposta, ela dizia: "Que Homem é um Homem que não torna o Mundo melhor?"

Então quem somos nós se abandonarmos nossa identidade, quer por preguiça ou por desinteresse? Queremos apenas passar pelo Mundo, sem plantar nada para as próximas gerações? Que legado deixaremos para os estudos futuros?

Como podemos perceber, estudar a História é muito mais do que decorar datas, fatos e personagens históricos, estudar o passado nos ajuda a compreender nosso papel na Terra. Conhecer e estudar a nossa História é como fazer um documento de identidade, quando conhecemos nossas raízes, descobrimos mais sobre nós mesmos e sobre a sociedade que nos cerca, dessa forma, temos a possibilidade de aprender sobre como poderemos agir para tornar nosso Mundo melhor.  

1.7.12

ATIVIDADES - 7º ANO

Abaixo postamos alguns passatempos e tirinhas sobre hábitos alimentares no Brasil.
Eles estão relacionados à postagem anterior.

Aproveitem e boa diversão!


 1. Quais hábitos alimentares herdamos dos índios?

2. Quais eram os principais alimentos da dieta dos índios tupi e guarani? Como eles eram conseguidos?

3. Que tipo de atividades as escravas desempenhavam nas casas grandes?

4. Quem vivia na casa grande?

5. Em quais outras atividades as escravas trabalhavam?

6. Quais foram as contribuições do negro para a culinária brasileira?

7. As heranças culturais africanas e indígenas no Brasil não estão somente na culinária. Cite outros exemplos de influências culturais de origem africana e ameríndia que podem ser identificados nos dias de hoje.

Fez as atividades? Poste um comentário com as respostas aqui no blog. Estamos aguardando para debater e corrigir junto com você.

Se você leu o texto e respondeu a todas as questões corretamente você compreende um pouco da importância da cultura indígena, portuguesa e africana para o Brasil.

Parabéns, você merece um prêmio.

VALOR DA ATIVIDADE: Pode comprar agora mesmo um pé de moleque, uma cocada, ou quem sabe uma pipoquinha e degustar esses saborosos alimentos criados por nossos antepassados indígenas e afroamericanos! :p 

Alimentação no Brasil Colônia



A partir do século XVI, os portugueses deram início à colonização das terras brasileiras.

Com o passar do tempo, os europeus foram conhecendo os ameríndios, os seus costumes e a alimentação dos nativos. Gradativamente, parte da cultura indígena foi apropriada pelos brancos, para que esses pudessem se adaptar e sobreviver em um local tão distante de sua terra natal. Assim sendo, os portugueses tiveram que aderir à dieta alimentar indígena, que lhes era bastante estranha. Vejamos abaixo como era a alimentação dos colonos e dos índios aqui no Brasil entre os séculos XVI e XVII.

Sabemos que a caça, a pesca e a coleta de frutos e raízes eram a base da alimentação dos povos indígenas, sobretudo das nações Tupi e Guarani, as que tiveram maior contato com o europeu.


Coletavam jabuticabas, maracujás, cajus e outras frutas silvestres típicas da flora brasileira.


Albert Eckhout, artista holandês que esteve no Brasil no século XVII, retratou em suas telas as frutas e legumes consumidos na colônia.

Caçavam capivaras e porcos do mato. Pescavam diversos tipos de peixe e assavam as carnes em espetos ou folhas de bananeira.
O milho era cultivado por algumas tribos, dele se fazia a pamonha, mas a mandioca foi um dos alimentos mais importantes da dieta indígena e portuguesa no Brasil.
Os índios arrancavam as raízes da mandioca, descascavam-na e depois a preparavam-na com carnes e legumes. Faziam farinha e bebidas alcoólicas, essas eram adquiridas com a fermentação dos líquidos extraídos dos vegetais.

Natureza morta com mandioca (1640), de Albert Eckhout.

Pero Vaz de Caminha registrou em sua célebre carta ao rei de Portugal, em 1500, o hábito alimentar dos índios com os quais teve contato.

"Nem comem senão desse inhame, que aqui há muito, e dessa semente e frutos, que a terra e as árvores de si lançam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios, que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos".

O consumo da mandioca, que crescia abundante nas terras brasílicas, chamou a atenção dos colonizadores, os quais tiveram que se adaptar e passaram a cultivar o tubérculo nativo na falta do trigo.

Alguns pratos indígenas à base de mandioca são consumidos até os dias de hoje, como por exemplo, a Tapioca, um tipo de pão feito com fécula da mandioca.

Aos ingredientes indígenas, os portugueses adicionaram o sal, o azeite, e o açúcar, temperos ainda desconhecidos dos índios.

Os portugueses trouxeram para cá o vinho, o azeite, a cebola, o bacalhau, o queijo, o trigo, que foi substituído pelo uso da farinha de mandioca e de milho,  além das especiarias citadas acima. O sal, o açúcar, a pimenta e outros condimentos, contudo,  só chegavam até às mesas dos colonos mais abastados.

Na Casa Grande dos engenhos coloniais comia-se carnes de animais criados na fazenda, tais como galinhas, carneiros e perus. Peixes salgados, pescados no mar ou nos rios, legumes, hortaliças e frutas em abundância, cultivadas em hortas e pomares. Os talheres - faca, garfo e colher - eram raros e tornaram-se mais comuns entre a elite colonial no século XIX, após a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil que trouxe para cá diversos costumes europeus. Somente as famílias mais abastadas utilizavam eles, já que utensílios de porcelana e talheres de prata eram artigos de luxo, importados da Europa ou das Índias.  Os mais humildes pegavam a comida com as próprias mãos em pratos feitos de cerâmica, sentados em bancos de madeira bastante rústicos.
Refeição de uma família rica, no Brasil colônia. Debret, 1827.
Na cena, observa-se o uso de taças, talheres, toalha sobre a mesa e cadeiras com apoio para as costas, itens acessíveis apenas aos mais ricos naquela época.


Bebiam além do vinho e da cerveja que eram produtos importados da Europa, a garapa (caldo de cana), cachaça e água com açúcar e limão.
Nas sobremesas, além das frutas, diversos doces eram fabricados com o açúcar produzido nos engenhos do Nordeste brasileiro.
A rapadura produzida nos engenhos adoçava muitas receitas à base de frutas tropicais, originando os deliciosos bolos, geleias e sucos. Os doces mais comuns eram a goiabada, o pé de moleque, paçoca, rapadura e a cocada.

Os doces e frutas eram vendidos pelos escravos ou negros libertos nas ruas das cidades coloniais. Geralmente, as mulheres escravas se dedicavam a essas atividades, fabricavam e vendiam os doces, elas eram chamadas de escravas de ganho ou  negras de tabuleiro. Ao final do dia, as escravas entregavam o dinheiro das vendas à sua Senhora.
Escravas de ganho (Debret, 1827) - podiam receber uma pequena parte do lucro obtido com as vendas.

Acima, vendedora ambulante de Milho verde.

Entretanto, nem todas as pessoas tinham a mesma sorte na colônia. A maioria da população colonial, composta de escravos africanos, índios e pessoas pobres não tinha uma alimentação tão farta e diversificada como as elites coloniais.

A farinha de mandioca e o peixe seco, com pouca carne, era a comida do dia a dia dos mais pobres.

A feijoada, um dos pratos mais característicos do Brasil, provém das Senzalas coloniais, quando os escravos misturavam as partes do porco que eram descartadas pelos Senhores, (pés, orelhas, rabo) ao feijão.
 Açougue colonial.

A alimentação dos escravos era complementada pelo milho e mandioca. Os pratos ainda recebiam sabores especiais dos temperos africanos, como a pimenta e o azeite de dendê, produtos que foram trazidos das terras além-mar.

Os africanos exerceram forte influência sobre a culinária brasileira, pois, geralmente, as escravas eram as responsáveis pela cozinha. Portanto, empregavam os modos de preparação da comida praticados na África, bem como os ingredientes importados de lá, como o café, a banana, o coco, dentre outros, que foram chegando na colônia.
Alguns pratos africanos que vieram para cá sofreram modificações, eles utilizavam ingredientes típicos da América, como o Angu, que na África era feito com papa de inhame, mas aqui passou a ser feito com o fubá (Milho). 

Os escravos e os pobres quase não tinham acesso ao vinho, que era uma bebida mais cara e importada de Portugal. Por isso, bebiam cachaça, fabricada nos engenhos pela fermentação do caldo da cana de açúcar.

Aliás, essa bebida causava polêmica entre as autoridades coloniais, que ora apoiavam, ora contrariavam o consumo da bebida pelos escravos. 
Os defensores do consumo de cachaça acreditavam que a bebida deixava os escravos menos rebeldes. Já aqueles que pretendiam restringir a bebida aos escravos, alegavam que a cachaça prejudicava a ordem e o trabalho. Nas minas, por exemplo, os escravos embriagados poderiam sofrer acidentes, morrer, e trazer muitos prejuízos para seus proprietários.
Engenho de cana de açúcar. Produção de rapadura, caldo de cana e cachaça.

Enfim, como podemos perceber a culinária brasileira é bastante diversa, ela foi construída a partir da contribuição cultural de diversos povos, os índios, os portugueses e os africanos, que ao longo da História acrescentaram ingredientes, modos de preparo e temperos que tornaram nossa cozinha muito saborosa e admirada no Mundo inteiro.

Além disso, as receitas culinárias recebem influências regionais, e seus ingredientes mudam de acordo com a oferta de certos alimentos típicos de cada região. Tudo isso torna nossa cultura ainda mais rica!

A quantidade e a qualidade dos alimentos variava de acordo com a posição social das pessoas na sociedade. Enquanto a elite colonial desfrutava de mais e variados alimentos, os pobres e os escravos tinham uma dieta mais limitada, mas nem por isso menos saborosa.
De todo modo, a alimentação balanceada e nutritiva influi diretamente na saúde e na qualidade de vida das pessoas, portanto, aqueles indivíduos que não tinham boas condições sociais ficavam mais vulneráveis às doenças por falta de nutrientes em seus organismos.
Alimentar-se bem e de maneira saudável é garantir uma vida longa, com mais energia, alegria e disposição!


PARA SABER MAIS:

Luís da Câmara Cascudo. História da Alimentação no Brasil. (1967).

Gilberto Freyre. Açúcar. (1939).